quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dona Claudia

A história da minha mãe a qual presto homenagem nesta postagem é como a de outros imigrantes Nordestinos. Muita luta muito sofrimento e muita força.

Ela criou três filhos sozinha como outras mulheres. Mas para mim, ela é especial.

Não a descreverei de forma piegas, mas sou obrigada a reverenciar sua saúde de ferro e história de vida arretada da peste.

A história do seu nome já é inusitada, porém muito comum nas cidades de interior, ainda mais em 1936 quando ela nasceu em Garanhuns , Pernambuco.

Chamava-se Claudia Morena até os seis anos quando o pai, que até então não havia registrado em cartório os filhos menores, um belo dia saiu em marcha com os empregados (era fazendeiro) para a cidade grande quando "normalizou" a vida dos quatro irmãos menores e na hora, meu avô resolveu colocar o nome Maria em minha mãe como forma de agradecimento a Virgem , pois ela era uma das gêmeas sobreviventes de um parto complicado. A questão é que ninguém a chama Maria . Em caso de emergências como ocorreu da última vez, gera um confusão danada.

Aos sete anos, seu pai faleceu. Ele possuía bastante terra produtiva, plantações, criações de gado de leite e cabras. Abastecia os mercados das cidades próximas.

O negócio da família foi por água a baixo, pois sua mãe e seus irmãos eram analfabetos e menores e não souberam levar adiante o que o pai havia construído.

Aos onze anos, sua mãe também falece e todos os filhos foram "distribuídos" para "auxiliar" as "madrinhas" com serviços domésticos em suas casas.

Na época de vacas gordas, mamãe dizia que sua mesa de café da manhã sempre foi muito farta, leite, queijo, macaxeira, cará e manteiga de garrafa. Ela diz sempre: - Carioca não sabe comer direito.

Nunca teve pressão alta, colesterol, diabetes, osteoporose e outros males comuns aos idosos.

Até pouco tempo, Dona Claudia era camelô. Corria do “rapa”, comprava sua mercadoria na Central do Brasil diariamente e vendia de domingo a domingo.

Foi atropelada. Recuperou-se e veio morar comigo, cuidava dos meus filhos da casa e tinha uma disposição que “literalmente” dava inveja aos que viam.

Teve uma isquemia agora no dia dezessete de julho e quase morreu.

Hoje a vejo andando de um lado para o outro, querendo fazer alguma coisa em casa. Quando digo que não pode, tem vontade de chorar.

Largou o cigarro na marra, mas o jogo de bicho já está indo ao “ponto” fazer de manhã, de tarde e na corujinha.

Diz que vai passar as camisas do genro escondido, pois : - Ele fica reclamando ao me ver trabalhar.

O velhinha danada sô !!!!!!!!



Beijos mãe !!!!







Um comentário:

  1. Tá explicada a garra da filha! rs Um Beijo para D. Cláudia! Bom saber que está se recuperando desse susto! Bjus Dani...sou eu Monica..Daniela Vasconcellos do Zé! kkkk Bjus

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