quinta-feira, 14 de outubro de 2010

E viva o Jornalismo de fato !!!!!!!





Em tempos de total descrédito na imprensa, por culpa dos mais tradicionais veículos do Jornalismo que se  comportam fazendo "um golpismo cotidiano, numa tentativa de manipular as notícias, de dar só a metade da notícia e fazer ilações com a outra metade. Há algo de insano nisso " (Frase retirada do post  o problema do descrédito na imprensa), sigo em buscas de  alternativas de informações pela internet e dentre elas, sou leitora do blog Passavante  do Jornalista Claudio Renato, onde  conheci sua história através do Jornalista Eduardo Carvalho do qual também sou leitora no Blog  Sambas, boemia e vagabundos  e peço licença para publicar, sugerindo que leiam com atenção o texto abaixo, para navegarmos em outras praias;


"O Cláudio produziu, junto com uma equipe, uma série reportagens para a tevê sobre os 200 anos da vinda da Família Real para o Brasil. Pesquisou, leu pra cacete - na verdade releu, porque ele já leu tudo -, entrevistou gente pra burro, viajou, escreveu as "pautas" (textos que embasam as reportagens, no veículo televisão), fez o diabo a quatro.
 Na época ainda trabalhávamos juntos e lembro que ele andava pela redação e tinha um amigo nosso que o avistava e dizia: "Fala, Dom João!" Ele só pensava na série.


Foram matérias lindas, muito bem elaboradas, bem acabadas, bem filmadas e bem editadas - e aqui vai o mérito para as repórteres que as "apresentaram" na televisão e os ótimos cinegrafistas e editores.


E daí?


Daí que a série foi premiada esta semana. Ganhou o prêmio Embratel, na categoria "jornalismo cultural". Noite de festa num Canecão lotado. No palco, aplausos, risinhos, beijinhos, holofotes, agradecimentos mil, pra Deus e o mundo. Menos para o Cláudio, sentado na platéia. Nem uma palavra. Um gesto. Um aceno de mão. Nada. Nem um "valeu, seu merda". Zero.


Uma cretinice sem fim. Um estelionato. Uma colossal falta de caráter.


Não foi à toa que, diante da lacuna nos "agradecimentos", o Canecão inteiro ouviu alguém dar um grito, daqueles que vêm do fundo do peito e que fazem a veia do pescoço saltar: "CLÁUDIO RENAAAAAATO!!!!"


É por essas e outras que uma vez, repetindo uma pergunta que eu fizera tempos antes, um colega, puto da vida, mandou: "Cara, cadê o jornalismo?" Olhei pra ele e disse: "Foi comprar cigarro na esquina e nunca mais voltou".


Cláudio, não te devo nada pra dizer isso e você sabe. É de graça. Você é sensacional. Íntegro. Sincero. Sábio em relação às coisas do mundo. Jornalista como, acreditem, poucos ainda há.


O prêmio - qualquer prêmio - é uma bobagem. E - de novo - você sabe disso.


Mesmo assim, o que quero dizer é: viva você, Cláudio Renato! De Brás de Pina, de Vila Isabel, do Rio todo. De uma carioquice que está ao mesmo tempo na superfície e nas profundezas do dia-a-dia "banal", que está nas entrelinhas, no trabalho e nas mesas de bar. Que está nas conversas e gargalhadas que fazem a vida valer a pena."

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