sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Macumba das boas ... E muitas saudades do Agbara Dudu de Madureira!!!!!























Ali na Pereira Nunes para o lado da Saens Pena, funcionou um dos melhores terreiros de macumba da Tijuca que  conheci.
Recentemente fui a uma casa de festas infantis que está funcionando ao lado e quase morri de emoção.
Mãe Ivanira, comandava o Centro Espírita Caboclo Pena Verde, ao lado da Ekédi ( cargo do Candomblé para filha de Santo que não incorpora) Rute que era minha madrinha de batismo.

Na verdade fui criada no centro do mais brasileiríssimo sincretismo religioso existente, entre missas e sessões de macumba, já que minha mãe até os dias de hoje, acende vela para Xangô e Nossa Senhora Aparecida lado a lado, quase incendiando a casa.



O Pena Verde também tinha lá suas misturas, pois nosso Ogã e meu padrinho de Santo Grimaldo, dedicava parte da sessão ao candomblé, através dos cantos e batidas do tambor que tinham características diferentes da Umbanda, além do  o preceito, é claro.

De lá guardo os melhores dias da minha infância e adolescência, assim o como o gosto pelo canto negro, pelo Salgueiro e conseqüentemente por todo o mundo do samba, pois nossas "irmãs de santo" eram na maioria baianas da escola e sempre íamos para a quadra do morro, quando acabava a macumba. Destas baianas lembro-me da Elza, Piquitita, Adelaide e do filho da mãe Ivanira o Beto que fez parte da diretoria da escola por muito tempo.



Comida em macumba sempre foi de uma fartura de dar gosto, lembro-me quando Grimaldo nos levava para um tal “churrasco de Boiadeiro”, não sei se no Borel ou na Formiga, onde a gente bebia, dançava samba de roda e comia carne a noite inteira no alto do morro. Aliás, tempos que não existiam facções e andávamos de um morro pra outro sem medo de ser feliz. Não sei por que, sempre falei MORRO, pois achava favela pejorativa.


Nas festas de Preto Velho dormíamos em esteiras, cobertas com pano da costa de algodão cru, no terreiro mesmo, depois de uma noite inteira preparando as carnes e cortando as couves para a feijoada que alimentaria um batalhão de convidados.



De herança religiosa, fico com Deus graças a Deus, com os meus santinhos , principalmente, Fátima, Expedito, Jorge e Bárbara e como não podia ser diferente com meus Caboclos .

Okê Aro !

Agora o maior legado sem dúvida , foi o amor as coisas da África que me levou a fazer dança Afro com Mercedez Batista, aula de percussão primitiva no IPCN,  fazer parte do show Navio Negreiro no Plataforma  de Alberico Campana, conhecer o Paraíso do Tuiuití, o Império serrano e o jongo, a Casa de Marimbondo no subúrbio do Rio , Noite da Beleza Negra, Agbara Dudu  e .... Mas isso é história pra o próximo post.




Axé!

5 comentários:

  1. Como é o nome do centro?

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  2. onde fica, pois não achei no google!

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  3. em que rua fica, não achei no google.

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    1. Dayane querida, este centro faz parte da história da minha infância / adolescência nos anos setenta e oitenta, funcionava na Rua Pereira Nunes, na Tijuca logo no inicio da rua do lado da Saens Pena, não lembro a numeração, depois soube que o terreiro mudou para Jacarepaguá. Provavelmente a mãe de santo nem esteja mais viva, pois em 1982 quando me afastei de lá, ela já estava bem idosa e não sei se alguém continuou sua obra, pois seu único filho apenas frequentavam como assistente.

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