domingo, 31 de agosto de 2008

Menstruação, menopausa e fertilidade.

O processo que encerra a fase reprodutiva das mulheres é lento, mas começa cedo. Por volta dos 35 ou 37 anos já é possível observar diminuição na fertilidade. Depois dos 40 anos a mulher não mais ovula todos os meses. Estudos indicam que a taxa de fertilidade cai 3% ao ano, em média, durante o climatério - como os médicos denominam o período de alterações hormonais que as mulheres experimentam e que se prolonga, em geral, dos 40 anos até os 55 ou 60 anos. O desequilíbrio nos níveis de estrogênios em circulação no organismo feminino pode produzir sintomas desagradáveis até dez anos antes da última menstruação, mesmo de forma leve, mas é a partir dos 45 anos, em geral, que seus efeitos começam a se fazer notar. Daí o termo cunhado pelos médicos para caracterizar esta fase de transição como perimenopausa (em torno da menopausa). Com o desaparecimento gradativo dos folículos ovarianos, característica dessa fase do climatério, reduz em 50% as chances de ovulação a cada ciclo e dá origem a um circuito de erros na produção hormonal. A produção de progesterona se torna irregular e os níveis de estrogênio estradiol em circulação no organismo podem aumentar ou cair drasticamente.
Os sintomas decorrentes dessas alterações são ciclos mais curtos, aumento de fluxo ou de intervalo entre as menstruações à ausência de um ou mais períodos menstruais ao longo do ano. Tais manifestações podem ou não ser acompanhadas de outros sintomas desagradáveis como instabilidade emocional, dor de cabeça e inchaço das mamas ou retenção de líquido e aumento do peso corporal, característicos da tensão pré-menstrual. Algumas mulheres chegam a ter experiência de calores leves no período pré-menstrual, lembra a ginecologista Lúcia Helena de Azevedo, especializada em climatério e professora da Faculdade de Medicina do ABC paulista. O ritmo da oscilação dos níveis hormonais bem como a sensibilidade de cada mulher são os fatores responsáveis pela manifestação maior ou menor desses sintomas, ela esclarece. "Os métodos hormonais de contracepção podem atenuar essa experiência dos sintomas, além de prevenir a gravidez indesejada", acrescenta Azevedo.
Mas a escolha do que é melhor para você depende de avaliação médica, ressalva a ginecologista. "Cada caso é único quando se trata do uso de métodos hormonais contraceptivos", diz ela, considerando a contra-indicação de anticoncepcionais hormonais em casos de doenças metabólicas como hipertensão, problemas cardiovasculares e diabetes fora de controle bem como histórico familiar importante de câncer de mama. A ginecologista também não recomenda o implante de progestogênio para esta fase da vida, por causa de efeitos adversos como sangramentos irregulares, produção de acne, dor nas mamas e aumento de peso, além de instabilidade emocional. Menos de 30% das usuárias do implante param de menstruar com o método.
Para quem não quer saber de hormônios o DIU de cobre é uma opção eficaz nesta fase, mostra a experiência de consultório da dra. Lúcia Helena de Azevedo. "Ele tem efeitos adversos, que desagrada muito às mulheres, como cólicas ou produção de fluxo abundante, mas que podem ser controlados", diz a médica, que usa antiinflamatórios para tratar as pacientes tais sintomas.

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